quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O "boom" da fotografia amadora: uma realidade

Lembro-me quando criança daquelas máquinas fotográficas de filme, que você tinha que mandar para a revelação, a qualidade das máquinas mais populares não era aquela maravilha, e você sequer tinha como saber se a foto tinha saído tremida, fora de foco ou com olhos vermelhos nas pessoas e animais - até que o filme fosse levado a uma loja e você esperasse uns três dias, pelo que eu me lembro. Nesse tempo, meados da década de 80 e 90, fotografia de qualidade só era tirada por profissionais com equipamentos mais elaborados. Já teve a febre das polaroids (aquelas maquininhas que imprimem a foto em pouco tempo, num formato quadrado), das máquinas descartáveis... Mas tudo evolui, de uma forma ou de outra.
A realidade descrita acima permaneceu por um bom tempo, até que surgiria, no Brasil, uma nova febre, já no século XXI: as máquinas digitais. No começo, máquinas com cerca de uns 5 megapixels e alguns bons recursos custavam caríssimo, quase mil reais. Como ocorreu com outros produtos (como TVs de plasma e LCD, MP4, etc), depois de um tempo as câmeras passaram a ter qualidade maior, mais recursos, e custar mais barato. Pode-se encontrar facilmente, por exemplo, uma boa câmera de ótima marca com cerca de 10 ou 12 megapixels por uns R$ 300,00 ou R$ 400,00.
Essa popularização é notável também no fato de até mesmo os celulares virem com câmeras com definição cada vez melhor, tirando boas fotografias - e aparelhos com esse recurso não custam nada caro.
A fotografia, para mim, tem dois valores: enquanto arte, e enquanto ferramenta de trabalho. A fotografia mais artística, a inusitada, a leve e solta, é uma que adoro exercitar. Tenho a mania de fotografar quase tudo o que vejo, tentando sempre mostrar uma nova perspectiva. A fotografia como meio de trabalho é um truque que aprendi em um programa de TV e com uma professora. Vou explicar. Quando falo do programa refiro-me ao "Dress my nest", exibido no canal Discovery Home&Health e apresentado pelo designer de interiores Thom Filicia que, ao visitar o ambiente que precisa ser modificado, tira várias fotos do espaço e as leva para o seu estúdio, o que o ajuda a projetar, pois uma coisa é termos as medidas do local em mãos em uma planta baixa bonitinha feita no Autocad; outra é possuirmos fotos do ambiente como ele é, e podermos captar novamente os detalhes do local, na realidade. Quando falo, por outro lado, que aprendi com uma professora, foi que ela, na primeira semana de aula, deu a dica de fotografarmos arquiteturas, interiores, fachadas, estilos, e tudo o mais que se relacionar com o design de interiores para compormos um caderninho, cuja consulta  ajudará muito na hora de projetar.
Como as câmeras digitais hoje são acessíveis para todas as classes sociais, não é nada raro sairmos à rua e vermos alguém fotografando uma paisagem, um grupo de amigos amontoando-se para tirar uma foto de lembrança, etc. Por isso a fotografia amadora está tão difundida. Fotografia amadora é aquela que não é realizada como meio de trabalho, como "ganha pão" do fotógrafo, independente da qualidade do equipamento que ele possui e de sua perícia no manejo do mesmo; mas, sim, é realizada por prazer, por hobby. Se alguém tira fotos e ganha dinheiro com elas como meio de vida, aí já trata-se de um profissional.
Essa possibilidade de acesso à fotografia é uma realidade maravilhosa, pois é uma das mais práticas formas de arte que há, você só precisa de uma câmera, de muita observação e de criatividade, não precisa levar maletas de tinta e pincéis, cavaletes e telas para cima e para baixo.
Seja qual a forma de arte que você preferir realizar, é excelente poder executá-la. Certa vez, em um sábado, passando pela Praça XV, aqui no Rio de Janeiro, vi um artista que pintava em seu cavalete, com aquela bela vista que a praça proporciona do mar, em meio à feirinha que acontece toda semana naquele mesmo dia, e achei muito interessante parar e observar a cena - pena que nesse dia estava sem a famigerada máquina digital em mãos.

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