quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Texto super interessante de lighting design

Abaixo, posto literalmente uma reportagem publicada pela Tok&Stok com os arquitetos Gilberto Franco e Carlos Fortes, responsáveis pelos projetos de iluminação efetuados pela loja. Muito interessante sua leitura, pois aqui tem-se uma noção geral porém bastante informativa sobre iluminação, para os interessados. Pretendo trabalhar com isso também, além do design de mobiliário, e outras, pois como falei em outro post, ainda estou verificando minhas possibilidades, já que gosto de praticamente tudo no design de interiores, rsrsrs. Aproveitem os conhecimentos a serem adquiridos logo abaixo!


¿A percepção da luz é essencial para o bem estar das pessoas, faz com que elas se sintam parte do universo. A noite foi conquistada através da luz artificial e diferente da luz natural, ela pode ser controlada¿.

Com essas palavras começou uma deliciosa entrevista com o arquiteto e lighting designer Gilberto Franco. Dando início a uma série onde pretendemos esclarecer a importância da iluminação residencial, seguem alguns conceitos básicos que irão nos situar no mundo da luz.
Qual a importância da iluminação residencial?
Iluminar é como vestir o ambiente. Um bom projeto de iluminação completa o espaço arquitetônico, valorizando suas qualidades. Em residências temos ambientes que podem possuir múltiplas funções, e através de um bom projeto consegue-se criar o ambiente e a luz necessária para cada uma delas. Deve-se entretanto sempre se ter em mente o conforto visual nesses ambientes.

O que é conforto visual?
O conforto visual pode ser entendido como o conjunto de qualidades do ambiente que o tornam agradável, do ponto de vista da iluminação. Assim, podemos tanto pensar em critérios objetivos, como por exemplo, o de se ter a quantidade de luz necessária para as atividades desenvolvidas, ou de se usar luminárias que não provoquem ofuscamento, como também critérios subjetivos, mais associados à compreensão do espaço. A maneira como interpretamos os pontos de tensão de um ambiente, ou os contrastes criados pela luz, pode alterar favorável ou desfavoravelmente as nossas sensações. Cabe ao projeto de iluminação controlar essas tensões, esses contrastes de forma a permitir uma interpretação correta do espaço. Numa parede, arcos de luz muito dramáticos com uma luz muito dura, podem distorcer sua forma, por exemplo; cantos escuros e cavidades podem criar pontos de tensão desagradáveis. São aspectos mais subjetivos, mas também relacionados com a noção de conforto.

Qual a interferência do jogo de luz e sombra na iluminação residencial?
Temos que ter em mente que sempre que se cria luz se cria também sombra. Muitas vezes precisamos minimizar essas sombras, principalmente quando as fontes de luz são muito pontuais. Há várias maneiras de se conseguir isso. Uma delas é através da iluminação indireta, ou seja, do rebatimento da luz em uma parede ou teto, para que a mesma retorne ao ambiente de forma difusa. Ou usando fontes de luz naturalmente difusas, como luminárias de mesa, de piso e arandelas. A superposição de mais de um sistema também é interessante, porque a luz proveniente de uma fonte ¿destrói¿ a sombra da outra, alem de permitir que se tenha, em um mesmo ambiente, diferentes resultados, multiplicando as possibilidades de uso pelo morador.

Quando o contraste entre luz e sombra pode incomodar, e como evitar isso?
O contraste incomoda porque provoca o que chamamos de ¿ginástica visual¿. Cada vez que o olho muda de uma área clara para uma escura, ou vice-versa, tem que se readaptar à nova condição. A constante readaptação causa fadiga visual. Mas o contrário também pode ser problemático. Ambientes com muito pouco contraste tendem a ser monótonos demais; os objetos perdem sua volumetria, o ambiente fica como um dia nublado: chato e cansativo. O ideal é o equilíbrio entre esses extremos.

Quais os tipos de lâmpadas indicados para a iluminação residencial?
Utilizamos em iluminação residencial basicamente 3 tipos de lâmpadas: incandescentes (lâmpada comuns, claras ou leitosas, vela, mini spot, etc); halógenas (lâmpada dicróica, bipino, etc) ou fluorescentes (tubulares ou compactas).

A lâmpada incandescente é uma lâmpada de custo inicial baixo, porém antieconômica, principalmente quando acesa por longos períodos, por possuir alto consumo energético e reduzida vida útil. É indicada para situações onde se deseja dimerização, que é o controle da intensidade da luz. As incandescentes leitosas são fontes difusas, portanto tem bastante aplicabilidade em luminárias decorativas.

As lâmpadas halógenas são na verdade lâmpadas incandescente otimizadas: são mais econômicas, duram mais, têm dimensões menores e luz mais branca. Têm bastante aplicação em residências, na iluminação de quadros, paredes, destaque de pontos ou objeto específicos, na iluminação indireta, ou na criação de efeitos especiais. Assim como as incandescentes, podem ser dimerizadas, o que causa, além da diminuição da intensidade, uma variação de tonalidade, que vai do branco ao amarelo-alaranjado. A fluorescente compacta foi criada originalmente para substituir a incandescente, mas acabou ganhando vida própria, sendo muito usada em ambientes comerciais. Ela tem menor índice de reprodução de cores que a incandescente, o que em certos casos pode ser desconfortável, principalmente em ambientes de estar. Não pode ser dimerizada. É uma lâmpada econômica quando usada por períodos longos e contínuos, mas se submetida a constantes acendimentos em um curto período de tempo, tem sua vida útil drasticamente diminuída. Essas características as tornam preferíveis na residência em aplicações como cozinha, lavanderia e home office , onde também é necessário maior quantidade de luz.

Franco e Fortes Lighting Design
A Franco e Fortes Lighting Design (011 3064.6861), que desenvolve projetos de iluminação para a Tok&Stok desde de 1998, tem como filosofia de trabalho abordar o projeto de iluminação como sendo uma resposta ao projeto de arquitetura e suas necessidades estéticas, funcionais e econômicas, oferecendo ao cliente o conjunto de informações que o permita executar corretamente o projeto, obtendo os resultados desejados..

Fundada em 1997, sua equipe de profissionais especializados alia criatividade e excelência no trabalho e conta com um conjunto de ferramentas que garante acurados cálculos luminotécnicos e simulação de efeitos luminosos, em diversos graus de complexidade.

Sua atuação abrange edifícios administrativos, hospitais, hotéis, museus, galerias, escolas, centros culturais e desportivos, centros comerciais, lojas, residências, logradouros públicos, parques e jardins, bem como obras ligadas à preservação do patrimônio histórico e cultural e às intervenções nas renovações de áreas urbanas. Além da Tok&Stok , algumas das suas obras mais recentes são: MAC ¿ Museu de Arte Contemporânea da USP, Viaduto Santa Ifigênia, Caesar Park International Airport, em Guarulhos, nova sede da faculdade SENAC, Estação da Luz, entre muitas outras.

Os arquitetos Gilberto Franco e Carlos Fortes , titulares da empresa, representam o Brasil no Comitê de Relações Internacionais do IES-NA ¿ Illuminating Engineering Society of North América . São membros fundadores e diretores da AsBAI ¿ Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação ( www.asbai.com.br ). Possuem mais de 20 anos de experiência em projetos no Brasil e atuam freqüentemente em cursos, palestras e seminários.




Fotos:

1. Residência em Itu - Arquitetura: Mauro Munhoz - Fotos: Nelson Kon
2. Residência em Campos do Jordão - Arquitetura: Mauro Munhoz - Fotos: Nelson Kon
3. Residência em Bauru - Arquitetura: Reinach / Mendonça - Fotos: Patrícia Cardoso
4. Residência em São Paulo - Arquitetura: Reinach / Mendonça - Fotos: Patrícia Cardoso"

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