sábado, 4 de dezembro de 2010

Importantes mulheres da História da Arte II - Anita Malfatti

Artista plástica brasileira, faleceu aos 74 anos de idade em 1964, tendo suas obras enquadradas no movimento modernista. Ter viajado para a Alemanha, em 1910, foi grande alavanca nos seus estudos, por ter conhecido o modernismo alemão. Teve como mestres Fritz Burger, Lovis Corinth e Ernest Bischoff Culm. Com a iminência da guerra, retornou ao Brasil.
As características da vanguarda européia na obra de Anita não agradaram aos críticos e admiradores de arte no Brasil, que ainda estavam presos às normas acadêmicas nas belas artes. Apreciar aquilo tudo era informação demais para eles. Até a família de Anita criticou muito seu trabalho, produzido sob as novas influências que recebeu.
Foi na viagem de estudos que Anita fez aos Estados Unidos que a arte conquistou definitivamente seu lugar no coração da então jovem pintora. O pintor e professor Homer Boss foi crucial na vida da artista, por não prender os alunos a academicismos nem tolher suas habilidades e criatividade; conferiu liberdade para seus alunos pintarem o que quisessem da forma como quisessem, sem correntes. Porém, a família e os amigos e conhecidos da artista ficaram aborrecidos e estranharam muito a arte dela, e a famosa crítica de Monteiro Lobato "fez a cabeça" até mesmo de quem já havia comprado algumas obras dela, que foram devolvidas em razão dessa crítica. Houve uma má reação de todos os lados, e as pessoas taxaram a arte de Anita de mau gosto, violenta, grotesca, e outros adjetivos.
O primeiro a dar apoio à artista foi o escritor modernista brasileiro Oswald de Andrade, que publicou um artigo em prol do trabalho e da técnica dela.
A "Semana de 22" (semana de arte moderna de 1922, ocorrida em São Paulo), importante marco na produção artística brasileira que ficaria para a História, obteve participação de Anita, que incluiu nada menos que vinte e duas obras na exposição. Aqui, o calor gerado pela crítica de Monteiro Lobato já havia cessado. Era na arte moderna que Anita havia encontrado seu caminho, e sentia-se feliz como pessoa e como profissional por fazer parte do círculo de talentos modernistas chamado de "grupo dos cinco", formado por ela própria, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia.
Mário de Andrade, seu melhor amigo, em um parágrafo, faz uma incrível descrição de Anita: "O nome de Anita Malfatti já está definitivamente ligado à história das artes brasileiras pelo papel que a pintora representou no início do movimento renovador contemporâneo. Dotada duma inteligência cultivada e duma sensibilidade vasta, ela foi a primeira entre nós a sentir a precisão de buscar os caminhos mais contemporâneos de expressão artística, de que vivíamos totalmente divorciados, banzando num tradicionalismo acadêmico que já não correspondia mais a nenhuma realidade brasileira nem internacional".

 Anita
 "O Farol" - essa foi uma tela pintada quando Anita era aluna de Homer Boss. O professor levou seus alunos para esse exato local, muito frequentado por artistas, para que eles inspirassem-se e pintassem a paisagem. Da parte de Anita resultou essa obra, feita de forma livre, despreocupada com as regras rígidas da academia, conforme Boss orientava seus alunos.
 "O homem das sete cores"
 "Nu cubista"
 "A boba"
 "O japonês"
 "A estudante russa"
 "O homem amarelo"
 "A estudante"

Nenhum comentário:

Postar um comentário